quinta-feira, 10 de abril de 2008

Da série Bolachas de primeira da Casa - III

Dança das Cadeiras

Quem costuma acompanhar o badalado, disputado, idolatrado, salve e salve mercado publicitário, sabe o quanto rodam os profissionais: é Mídia que deixa agência e vai pra veículo; Diretor de Criação que deixa o cargo pra ganhar mais como redator em outro lugar; Atendimento que resolve abrir a própria agência e leva o cliente junto etc.

O ciclo de vida de um publicitário pode ser comparado ao ciclo de vida de um produto.

Introdução: contrato ou carteira de trabalho assinados, primeiro dia de trabalho sempre igual e começa a fase de adaptação. Máquina nova (ou não), mudança de rotina, novas caras e ainda sem aquela liberdade pra fazer cocô no banheiro.

Crescimento: é aquela fase de aprendizado. Por mais experiente que o profissional possa ser, sempre vai aprender coisas novas, já que mudam os clientes e os colegas de trabalho.

Maturidade: é quando a grande maioria se muda, faz as trouxas, vaza, busca novos desafios, ou seja, vai trabalhar em outro lugar. É quando não há mais o que aprender, quando o criativo já renovou o portifólio, quando o Atendimento se enche do cliente, quando o Mídia se cansa de comprar e passa a querer vender espaços. É aqui também que irão aparecer propostas de outros lugares.

O ciclo de vida de um publicitário em uma agência não chega a ser um ciclo, pois dificilmente se fecha. Antes que chegue o Declínio, é melhor mudar mesmo. A rotina é estressante e bem diferente de outras empresas, como bancos, em que fazer uma carreira por anos pode ser o objetivo do estagiário.

Penso que a carreira de um publicitário pode, também, ser comparada à de um jogador de futebol, pois, um grande craque deve pendurar as chuteiras no seu auge, ou seja, em sua fase de Maturidade. Além de ter bom senso para saber a hora de mudar de clube. E, caso apareça uma proposta melhor, que vá. Afinal, jogadores são profissionais, assim como os dançarinos da Publicidade.