Blog, amor e traição

Primeiro de junho de dois mil e sete: último dia que este humilde blog recebeu um post. Vinte e quatro de maio de dois mil e sete: último dia que este safado blog recebeu um post decente. As datas estão por extenso, justamente, pra dificultar a sua leitura tamanha vergonha por ficar tanto tempo sem postar.

Aliás, outro dia eu estava conversando exatamente sobre isso com a Camila. O blog é como a relação de um casal. Vocês se conhecem, rola aquele flerte, você toma uma cerveja, se aproxima, toma outra cerveja, se interessa, vai procurar saber mais sobre, pergunta para os amigos como é o dia a dia, (claro, toma mais uma cerveja com os amigos. A essa altura você já está alegre e começa a comentar sobre os blogs dos seus amigos. E o pior: eles gostam), até que, enfim, você toma a decisão: vou tomar mais uma cerveja.

Pronto. Coragem criada, é hora de vocês se conhecerem. Você analisa o corpo inteiro – do topo ao rodapé – Passa o mouse bobo aqui e ali, faz o login (sem camisinha) e escreve, escreve, escreve. Três sem parar. Algum tempo depois, nasce o seu primeiro post. É uma festa, uma alegria. Você faz questão de contar pra todo mundo, fica todo orgulhoso, sua mãe diz que é a sua cara, seu pai diz que achava que você fosse viado e o seu melhor amigo confirma a hipótese.

Aí vem o segundo post. E o terceiro, o quarto, o quinto...quando perceber, você já estará trabalhando em dois turnos pra suprir todas as obrigações: atualizações, programas de afiliados, selos, links pra blogs parceiros etc.

E post é como filho mesmo, né? Todo mundo acha uma gracinha, mas só você sabe o trabalho que dá.

Mas, voltando ao blog, depois de um tempo de relação você acaba, naturalmente, dando uma relaxada. Deixa de dar a atenção de antes, prefere uma pelada com os amigos, tomar uma cerveja assistindo ao futebol no meio da semana, dormir, entre outras atividades. Ainda bem que blog não fica “naqueles dias” (eu acho), senão já era.

Enfim, se você escolheu ter um blog, não faça como eu e esquente a sua relação. Até que a morte os separe. Ou a cerveja.

PS: Ca, aguardo o seu texto.

Eles levam jeito?

Abaixo vão os textos-teste de dois excelentes escritores que estão tentando conquistar um espaço na blogosfera. Se você acha que eles têm talento, comente. Se acha que não, comente também.



Não é só o frio, o futebol também vem do sul

Faz frio em São Paulo.

Faz frio até no Rio, pelo menos para os padrões cariocas.

O frio vem sempre do sul.

Mas este não é um boletim meteorológico, é um comentário sobre futebol.

E o futebol também está vindo do sul.

A começar pelo Grêmio, que superou o Santos em Porto Alegre, 2 a 0, poderia ter vencido por mais e só tomou um susto durante todo o jogo.

A noite estava gelada, mas o Olímpico, caloroso, com 46.123 pagantes.

Por mais que ainda falte um jogo, e na Vila Belmiro, o fato é que o Grêmio está muito perto da final da Libertadores.

Como o Figueirense está perto de ganhar a Copa do Brasil.

Ontem, no Rio, o alvinegro de Floripa fez uma partida exemplar no Maracanã com 64 mil torcedores do Fluminense.

Não se intimidou, abriu o placar e só tomou o empate no fim.

O 1 a 1 permite que o Figueirense jogue em casa, na quarta-feira que vem, por um 0 a 0 para ser campeão da Copa do Brasil.

Gaúchos e catarinenses podem até pedir desculpas aos paulistas e cariocas pelo frio.

Mas, pelo futebol, não.

Apenas sorriem, modestamente.

Samir Alviani, 22, é besta. Já foi membro da filososia AFRO. Hoje é sócio da banda Mr. Moon. Escreve para a Casa do caralho às segundas-feiras.

samiro@uol.com.br | http://www.obobao.blogspot.com




Lição de casa na escola


Todos puderam ver no jornal nacional, no terra, e no Metro (jornal gratuito que foi lançado no mes de Maio) e tantos outras mídias (melhores explanadas na sexta feira pelo colunista Thiago Dantas Hiroshi) que os alunos da USP estão trancafiados na reitoria da própria [assim como aquela piada de Loira (nada contra, isto é um blog imparcial): alô por favor a Ana?; É a própria; Oi Própria, por favor a Ana!].

Mas devem estar se perguntando: Por que tanto bafafá? Qual o motivo de toda essa revolta?

O motivo é simples, o nosso querido Serra (sendo imparcial ao máximo), pretendendo simplesmente controlar melhor os gastos e movimentação de caixa dos cofres públicos, decidiu que para usar o dinheiro, os intitutos de ensino público devem prestar contas ao governo de como estam gastando seu dinheiro. Porém, os professores do capeta e sanguessugas (sendo ainda mais imparcial) que lecionam na USP estão fazendo a cabeça de milhares de pobres adolescentes cabeçudos (mantendo-se imparcial) de que isso é ruim para o ensino, que o Ditador Serra quer controlar nossas vidas.

Precisamos abrir os olhos, vermos os dois lados da moeda para termos certeza de quem está com a razão (não precisa duvidar de mim, é isso mesmo... pode acreditar!), fundamentar-se somente em uma fonte de informação, normalmente, te leva ao erro de concordar com o ponto de vista de poucos (exceto neste blog, tudo que é escrito aqui não é nada mais que a verdade!)

Enfim, enquanto os alunos da USP, que estudaram tanto para entrar na instituição, estão comendo Churrasquinho Grego, os alunos burros que estudam em escolas particulares estão estudando... O que resta para estes é desenvolver ótimos canticos para serem proclamados em jogos universitários contra a USP chacotando este fato (vide JUCA).

Nelson Magri, 22, é Jornalista e Cantor. Passou 13 anos estudando o vôo de pelicanos no noroeste africano num pequeno país de nome Zimpoque, cuja lingua nativa é o Zimpo. Hoje leciona na Universidade Castores do Amanha e pratica Golfismo (prática similar a iatismo, mas com golfinhos) profissional aos sábados. Escreve para a Casa do caralho às quartas-feiras.


nabalada@bibliotecamunicipal.com.br | http://www.7pecados+1.blogspot.com


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