segunda-feira, 30 de abril de 2007

Singelo comentário de uma aleluia erótica

Não vou aqui contar a história de Federico Garcia Lorca. Primeiro, porque não sou ninguém pra isso. Segundo, porque passaria linhas escrevendo e detalhando a vida de, sem dúvida, o maior autor espanhol, desde Miguel de Cervantes.

Vou aqui apenas comentar e sugerir o espetáculo Lorca – Aleluia Erótica em 38 quadros e um assassinato. Resultado de pesquisa do Grupo XPTO – baseada na vida e obra do poeta e dramaturgo espanhol – o espetáculo agrega, entre outras coisas, poesia, teatro de bonecos, música e dança.

Vale muito a pena conferir!

Aliás, estará em cartaz apenas até o dia 13 de maio de 2007, no Tusp, Rua Maria Antônia, 294. De quinta a sábado, às 21h30 e aos domigos, às 20h00. E o melhor: DE GRAÇA.

Dica: chegue antes (pelo menos duas horas, isso mesmo) para conseguir pegar o ingresso. Tem esgotado rapidamente.

Um grande abraço ao meu amigo e colega de profissão, com quem tive o enorme prazer e orgulho de estudar e trabalhar na FACULDADE DE COMUNICAÇÃO E ARTES do Mackenzie: Rodrigo Andreolli.

quinta-feira, 26 de abril de 2007

400 de Paparta

A vinda do Seu Joseph ao Brasil já está causando o chamado “auê” por São Paulo. Pois, o Papa é pop e o pop não poupa ninguém mesmo. Nem o Júnior. Entre os dias 09 e 11 de maio, o Papa Bento Décimo Sexto vem tomar um cafezinho por aqui. Afinal, tomar café é o que se faz numa visita. Mas pra que um dos nossos principais produtos de exportação não desça amargo pela garganta do bom velhinho – o verdadeiro – o outro velhinho e nem tão bom assim está preparando um verdadeiro exército papartano para garantir a sua segurança. Só da Polícia Federal, serão 400 agentes. Fora os atiradores de elite, que ficarão posicionados em locais estratégicos, e o famoso Papa-móvel. Ou melhor, famosos, pois haverá dois.

Além de tudo isso, o avô do Paulo Autran contará com 15 homens da Guarda Suíça posicionados taticamente. Guerreiros pra Rei Leônidas nenhum botar defeito.

Enquanto o papastar não chega, os fãéis brasileiros vão se preparando e o comércio esquentando. Até miniaturas do homem mais poderoso da Igreja Católica Apostólica Romana já estão sendo comercializadas. É o trabalhador que tem que garantir a papa das crianças, certo? Então, deixa o homem trabalhar, que o Papa é o novo Ídolo do Brasil.

segunda-feira, 23 de abril de 2007

Lembro eu

Lembro-me de quando acordava pelas noites
E sua voz, ainda dormindo e preocupada,
Falava-me aos cuidados do corpo.
Quase precaução.
Lembro-me de quando acordava pelas matinas
E sua voz, ainda dormindo e preocupada,
Falava-me aos cuidados da rua.
Quase previsão.
Lembro-me de quando acordava pelas terceiras
E sua voz, já alegre e zombeteira,
Falava-me aos cuidados do humor.
Quase perdão.
Lembro-me de quando acordava pelas vésperas
E sua voz, agora quase dormindo e abaixada,
Falava-me aos cuidados da experiência.
Quase lamentação.

quarta-feira, 18 de abril de 2007

Love in a Blogator

Longe de mim querer transformar esse blog em um diário (não que esse não tenha sido o objetivo embrionário dessa ferramenta que virou quase obrigatória entre os internerds que adoram se mostrar/expressar), mas não posso deixar de registrar a passagem do Aerosmith por São Paulo na quinta última. Okei, okei, já se passaram alguns dias, o “clima” do show já passou e a poeira já baixou. Mas essa é uma banda que curto desde moleque e tinha que escrever algo. Aliás, nem sei por que estou me justificando. O blog é meu, não seu. Você não é obrigado a ler. Mude de canal. (No meu primeiro texto eu avisei que teria uma pitada de rabugice).

Foco na pauta.

Apesar de muita gente – muita gente mesmo – cair matando pra cima dos caras, seja em relação ao som, à idade deles ou a qualquer outra coisa, eu tinha que estar lá. Mas não pense você, que eles eram os únicos que me motivaram a tal. A banda que “abriu” o show foi Velvet Revolver. Sim, aquela mesmo que juntou os cacos do Guns n’ Roses e do Stone Temple Pilots e trouxe de volta um mínimo que restou daquele hardrock, aquele lá. Mas no meio dos cacos tinha um cara. Tinha um cara no meio dos cacos. E esse caco, digo, esse cara é o motivo pelo qual a palavra abriu (cinco linhas acima) está entre áspas.

É claro que eu estou falando do Slash.

Cartola na cabeça, acima do cabelo, aparentemente, sujo e mal lavado que cobrem os olhos e aquele eterno cigarrinho na boca. Eterno nos dois sentidos: por estar sempre fumando e por, possivelmente, ser o mesmo desde o final da década de 1980. Mas isso pouco importa, ele estava lá na minha frente. Bem, não tão na minha frente assim. Eu fiquei na arquibancada azul, ao lado do palco, mas deu pra ver bem. Se tem um cara que tem estilo, esse cara é o Slash. E se tem um cara que é tão mala que sabe que tem estilo, esse, sim, é ele. De quebra, o Velvet ainda tocou, como de costume, duas do Guns (It's So Easy e Mr. Brownstone) e uma do Stone (Crackerman). Resultado: uma hora de show. Acho que é mais que uma simples abertura, certo?

Dez minutos depois, exatamente às 22h53, eis que sobe ao palco a Família Dinossauro. Simplesmente Du.K. Mas é claro que como todo bom fã, eu esperava que eles tocassem mais músicas, como Crazy, Angel e Hole in my Soul, e é claro que como toda banda, eles não tocaram todas as músicas que os fãs aguardavam. Tirando a pressa do Steven Tyler em acabar logo o show, não posso negar que ele tem talento pra coisa. Poucos no mundo, independente do gênero musical, têm tanta presença de palco quanto ele. E poucos fazem tantas poses para as fotos no meio do show quanto ele também. Que o diga Joe Perry.

Ponto negativo do show: o som estava muito baixo. Todo mundo reclamou.

Joaquim vai à Copa. Joaquim, lá vai a Copa.

Antes mesmo que acabasse o jogo entre os cavangos e os damaras, pelo campeonato nacional de futebol namibiano, Joaquim já não se agüentava em pés de tão embriagado. De nada adiantava ser quadrúpede se a cerveja era alcoólica. E alemã. - sim, no bar do Rino só vendia cerveja alemã. Pra ele tudo que fosse importado era melhor, ainda mais se fosse alemão.

Joaquim chamou a saideira e pediu pra que Rino colocasse na conta, como de costume:

- Você já não bebeu demais, Joaquim?
- Demais ainda não, hoje vou ficar só na cerveja mesmo. Traz mais uma, Rino, e vem tomar comigo.

Como Joaquim tinha o hábito de ser o último cliente a ir embora do bar, Rino não achou problema acompanhá-lo na última da noite.

- Rino, por que mesmo que você só vende cerveja alemã?
- Por que são as melhores. Tudo que há de melhor está na Alemanha.
- Eu gostaria de conhecer a Alemanha.
- Cala a boca, Joaquim. Você não passa de um girafão. O máximo que conseguiria era ser a atração principal de um zoológico neonazista.
- E por que não? Não é má idéia.
- Porque na Alemanha não existe zoológico neonazista.

Ao fim da conversa, Joaquim foi embora e, mal sabia Rino, para nunca mais voltar. A Copa do Mundo aguardava, sem saber, esse girafão de quatro metros e meio. Sua viagem não foi nada fácil. Teve que enfrentar os leopardos de Congo, os camelos do Sudão, a Revolução Mauritana – pois, se perdeu e foi parar no oeste Africano. Atravessou o Canal de Suez disfarçado de zebra com lordose, adentrou o Oriente Próximo, presenciou movimentos separatistas na Iugoslávia, até chegar ao seu destino a tempo de pegar a decisão por pênaltis.

Sentou na última fileira, curvado, pois o estádio era coberto. Comprou pipocas, cerveja e cachorro-quente. Parecia até que estava assistindo ao esporte errado. Afinal, basebol é do outro lado do Atlântico.
Mas antes o esporte fosse basebol. A Alemanha perdeu a decisão por pênaltis e o técnico alemão avistou Joaquim lá no alto e ordenou para que o prendessem. Pois é, Joaquim ainda não havia tirado o disfarce de zebra com lordose e foi preso pelas autoridades alemãs por atentado à sorte. Mas nem por isso deixou de comer seu cachorro-quente e tomar sua cerveja alemã. Ele estava feliz, tinha conseguido o que queria, conheceu a Alemanha. E a Alemanha conheceu Joaquim.

segunda-feira, 16 de abril de 2007

Se o software é livre, o blog também é.

Há algum tempo, algumas pessoas me cobram para criar um blog. “ E aí, você já tem blog?” “Você precisa criar um blog, cara”. A grande verdade é que eu nunca havia criado por não saber sobre o que escrever e pra qual finalidade criar um. Já vi tantos por aí, que parece que não há mais assuntos a serem ditos: cinema, fotografia, publicidade, marketing, música, futebol, dia-a-dia. Sobre tudo que eu gosto já existe alguém falando, postando, comentando. Até que percebi que há assuntos aos quais ninguém mais, além de mim, pode falar: os meus.

Bom, o blog está criado e aqui vou falar sobre os meus assuntos (mesmo que sejam assuntos de mais um monte de blogueiros – no bom português). Aliás, além de publicitário, redator, roteirista, lindo, tesão, bonito e gostosão, agora também sou blogueiro. Tenho que me acostumar com isso.

Enfim, meu nome é Alessandro, o prazer é todo seu, e nesse blog tentarei escrever sobre tudo que gosto: casos do dia-a-dia, comentários sobre alguma notícia, textos aleatórios, histórias bizarras, sem nexos, com nexos, poemas, portfólio, vídeos...ou seja, cerveja. Sempre com o mínimo de bom-humor e rabugice, que não me faltam. E sem me preocupar se as minhas opiniões estão político-religiosamente corretas, se a gramática foi bem aplicada etecéteras.

Aos poucos vou me acostumando com isso e, quem sabe, moldando-o. E pelo jeito, esse foi o meu primeiro assunto. Que emoção! Hip hip urra!

Obs: não vou me preocupar em explicar os títulos dos textos. Vire-se pra entender. Mas, se não entender, pergunte. Se eu não responder, aí sim, vire-se pra entender.