domingo, 2 de setembro de 2007

Reforma Ortográria

A Reforma Ortográria – aquela que se refere à ortografia da língua portuguesa – em pouquíssimo tempo já causou muita discussão por aí e por aqui. Pra quem não sabe, a dita cuja foi aprovada pela Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP) e deve começar a valer em 2008.

Obviamente, há aqueles que são a favor das mudanças, como há os que são contra. Quais mudanças? Algumas delas:

- Fim do trema;
- Fim do acento circunflexo (em alguns casos. Ex: verbos na terceira pessoa do plural do presente do indicativo “Eles creem em Deus.”);
- Fim do acento agudo (em alguns casos. Ex: nos ditongos decrescentes “Tive uma ideia.”;
- Junção de algumas palavras separadas por hífen. (ex: contrarregra);
- Incorporação ao alfabeto das letras K, W e Y.

É um assunto bastante delicado. Algumas mudanças são até compreensíveis e aceitáveis, como é o caso do pobre coitado e esquecido trema. Ninguém lembra dele e quando lembra, não se tem certeza se deve usá-lo ou não. Sem falar naqueles que acham que trema só se usa na Alemanha. Talvez seja culpa dos boatos que surgiram certa vez, que afirmavam que ele já estaria morto. E, de fato, está. Desde dezembro do ano passado.

Outra aceitável é a (re)inclusão das letras K, W e Y. Sempre achei que elas eram injustiçadas. E outra, como deveria se sentir o Kumpadi Washington ao não encontrar suas iniciais no alfabeto?

A evolução da língua portuguesa, pelo menos no Brasil, na maioria das vezes, buscou simplificar a escrita. Por exemplo, o clássico “pharmácia” para “farmácia”. Agora, pergunto: qual o objetivo real de se unificar o português? Em matérias que li na
Revista da Semana, novidade da Editora Abril, e na Folha Online, havia uma declaração de Marcos Vilaça, presidente da Academia Brasileira de Letras, que dizia que “Hoje, é preciso redigir dois documentos nas entidades internacionais: com a grafia de Portugal e do Brasil. Não faz sentido”. Espero muito, muito mesmo, que este não tenha sido um fator determinante na decisão, pois mudar a vida de milhões de pessoas sem um real motivo é, no mínimo, frustrante. Enquanto isso, vamos engolindo o objetivo oficial que é aproximar as culturas desses países.

Na verdade, acho que deveriam logo converter tudo para o miguxês e acabar de vez com essa choradeira.

Aviso à Microsoft: se o corretor ortográfico do Word já atrapalhava, imagine agora. Esse texto ficou cheio das sublinhas vermelhas.

3 comentários:

Claucio disse...

Agora sim que eu não tomo agua de coco.

Anônimo disse...

O fim do trema já era previsto e o acento circunflexo no primeiro caso da nova regra aqui no Brasil já valia, mas o resto é uma doideira. Acho que o maior problema do português não são nem as regras, mas sim as excessões às regras.. aiaiai.

Abs,
Luciana

Porsani disse...

Nesse final de semana, foi a vez da revista Veja fazer a sua reportagem sobre o assunto. Nela, o famoso Prof. Pasquale (sim, aquele das propagandas do MC), diz que a reforma é "meia-sola, não unifica a escrita de fato e mexe mal em pontos como o acento diferencial...".
Tenho que concordar com o meia-sola.

abs.

ps: achei seu blog no "casa do galo".
Mt bom! Frequentarei. (com trema ou sem)